hurt me,but i will feel nothing
Eu vi-o indo. Vi sua vida
esvaindo de seu corpo. Ficando gélido, estático. Olhos abertos e uma última
respiração. Traguei pela última vez meu cigarro jogando-o pela janela e vendo o
sol brilhar, fechei-lhe os olhos e me virei de mãos nos bolsos do casaco. Abri
a porta e sai daquele quarto escuro.
- Ele morreu. – falei para a
mulher extremamente apreensiva em minha frente.
- Morreu? – perguntou agora com
dor.
- É, morreu. Pode conferir. Vou
fazer um lanche. – respondi e desci as escadas.
Eu não senti isso, eu não sei o
que é ter seu coração partido em mil, eu não sei o que é querer ir junto com a
pessoa que se foi. Ele? Meu pai. Vamos lá, me chame de monstro, insensível,
louca... Já ouvi isso diversas vezes, e tudo o que vai conseguir é que eu acenda
um cigarro e te encare.
Talvez eu seja um monstro,
insensível, louca... Talvez eu seja. Mas eu não ligo. Eu não sinto isso. Eu não
controlo isso. Acha que eu queira ser assim? Não, eu não quero isso. Porém eu
não controlo o que sou, ou o que sinto. Melhor dizendo, o que eu não sinto.
Sentei-me a bancada e preparei um
sanduiche de peito de peru com tomate, enchi um copo com Coca-Cola e comecei a
comer calmamente. Alguns minutos e mordidas depois uma imagem pequena de uma
mulher frágil e chorosa com seus 59 anos descia as escadas.
- Como consegue? Que tipo de ser
você é? – gritou comigo. Ela? Minha mãe. Nany Owens, o exemplo de mulher
católica e trabalhadora do bairro.
- Uma pessoa com fome. Está muito
bom isso. Qual a marca desse peito de peru?
- Eu poderia te bater te esfolar
viva e tentar te fazer mudar, mas só tomaria minhas forças e meu tempo. Eu
tenho nojo, vergonha de ser sua mãe! – gritou e foi para o escritório.
Qualquer pessoa se sentiria um
lixo ouvindo isso não é? Eu já ouvi tantas coisas que nem me importo mais.
***
- Mamãe!
- O que você quer?
- Vamos logo!
- Fique quieta, e entre logo no carro.
- Tá. – concordei. Eu só tinha quatro anos, não entendia o peso
daquelas palavras.
- Cadê o Arthur?
- Não sei. – um homem de expressão severa, mas com dois belos olhos cor
de mar encrostados em suas órbitas disse.
- Onde está seu irmão?
- Não sei! Eu desci e você trancou a porta, pensei que ele já tivesse
descido.
- Menina burra, inútil! – levantou a mão e bateu-me nas costas.
- Desculpe mamãe. – disse em voz baixa.
...
- Gorda inútil! Faça alguma coisa que preste. Pare de ouvir essas
músicas do demônio!
- Não são do demônio! São boas músicas! Mas, se eu escutar qualquer
coisa você vai xingar de qualquer forma. – gritei de volta.
- Fique quieta, e vá fazer o dever do seu irmão.
- Mas ele está no computador, pode muito bem fazer!
- Eu mandei você!
...
- Eu mandei você fazer isso, não seu irmão!
- Mas eu tenho dever pra fazer!
- Não importa não me desobedeça.
- Você só me manda fazer, porque sabe que não criou ele direito! Sabe
que ele é um inútil e por isso faço tudo sozinha!
- Cale a boca! – levantou a mãe e bateu em minha face. – Você me enoja!
- Eu odeio você! – gritei também e subi ao meu quarto. Eu não chorei,
mas pela milionésima vez, desde que tenho quatro anos de idade pensei em
morrer, pensei em fugir. Pensei em como tudo seria melhor se eles estivessem
mortos. E eu não senti remorso por pensar nisso.
***
Sei que Deus me olha e se
entristece com o que eu meu tornei. Eu sei que tudo o que faço é errado. Eu
tenho consciência de cada ato. Tenho consciência de cada pensamento. E sei que
devia me redimir dos meus pecados. Sei também que deve estar achando que sou
uma hipócrita falando de Deus, mas eu acredito nele. Eu vou a missa, por mais
que reclame em ter que acordar cedo, eu oro, por mais que não seja com a
frequência e motivos certos. Mas eu creio. E torço que por mais que eu erre ele
atenda uma de minhas preces.
Eu terminei meu sanduiche e
mastiguei um chiclete pra que o gosto do cigarro não estivesse tão presente em
minha boca. Eu tinha dezenove anos, estava no primeiro ano de Arquitetura em
Yale, estava de férias e vim passar uma semana com minha família. Não porque
meu pai estava doente, não por saudades, não pra emprestar dinheiro pro meu
irmão de 25 que ainda mora com minha mãe e não trabalha. Vim pra ver minha
cachorra.
- Sollary! – chamei-a e a mesma
veio correndo. – Meu amor, tenho que ir. Vou sentir sua falta. Quando eu
comprar uma casa e sair daquele apartamento minúsculo eu te levo pra lá. – falei
acariciando seu pelo. Chame-me de doida por conversar com um cachorro, vamos me
chame, mas ela é minha única família. E acredite se quiser, minha única fonte
de forças para não me suicidar.
Subi as escadas e peguei minha
mala. Eu já tinha comprado a passagem para hoje, antes dele morrer e minhas
aulas começam daqui a três dias. Eu não posso faltar. Abri-a e peguei uma
roupa, fui ao banheiro e tomei uma banho rápido, escovei os dentes, penteei o
cabelo me sequei e fui terminar de me arrumar. Assim que terminei arrumei tudo
e sai do quarto. O barulho das rodas devem ter chamado a atenção dela pois
quando cheguei lá em baixo ela me esperava.
- Vai embora?
- Vou.
- O seu pai está morto na cama
daquele quarto e você vai embora, sem ao menos esperar o enterro?
- Eu gostaria! Cara, eu gostaria
só que não dá. Eu tenho trabalho naquele Starbucks perto da universidade, e
eles só me deram essa semana de folga, se eu não estiver lá, me demitem, mesmo
com justificativa! Quando o pai da Melissa morreu,eles não ligaram, só a
demitiram e eu tenho que pagar o apartamento que alugo, e as aulas começam
segunda! Se eu te pedir dinheiro você vai me xingar, falar que sou imprestável,
inútil, então prefiro só ser chamada de monstro insensível por enquanto, mas
ainda tendo um emprego, um apartamento e uma vaga na faculdade! Sabe o quanto
ralei por aquela bolsa? Não, não sabe. Não se importou com isso, estava
preocupada de mais arrumando emprego pro seu filho prodígio. – disse em tom de
ironia. – Eu vou sei que o dinheiro que mando pra ração da Sollary você está
dando pra Arthur então vou voltar no próximo final de semana pra levar ela
comigo. Eu vou dar um jeito de arranjar um lugar pra ela ficar.
- Só se preocupa com essa
cachorra.
- Ela não me chama de inútil
desde que eu tenho 4 anos pelo menos! – gritei e ela se calou. Peguei minha
mala e me virei sem me importar com mais nada. Tirei do bolso uma nota de cem e
deixei em cima da mesa. – Deve ajudar, compre uma coroa de flores e fale que
foi você, eu mando outra de lá. – disse pela última vez e sai pela porta.
. . .
Dentro do táxi a caminho ao
aeroporto pude me deixar sentir um pouquinho de remorso. Fui dura, mas ela foi
mais. Todos esses anos ela foi. Sabe o que é ensaiar uma música ou um texto, ou
uma dança... Qualquer coisa para o dia dos pais, ou das mães e você estar
sozinha, sem que ninguém venha te agradecer pelo que fez por ele? Foi nesse
momento que eu parei de sentir. Eles não sentiam por mim, eu nãos sentiria
também. Mas agora eu não sinto por ninguém.
Com 6 anos meu avô morreu, e o
estrago já tinha sido feito. Eu amava estar com meu avô, mas quando ele se foi
eu não senti nada. Ele morreu alguns meses depois de eu ter desistido de tudo.
Era o dia das mães, eu fiz um texto pra apresentar na escola e ela não foi. No
dia seguinte seria a vez do meu irmão. Ela foi. E aplaudiu de pé. E eu desisti.
Isso está muito dramático.
. . .
- Bom dia. – disse ao cliente que
tinha acabado de entrar. Ele se sentou em uma mesa afastada, colocou o celular
em cima dela e suspirou.
- Bom dia, eu vou querer um
cappuccino.
- Só isso?
- Sim, obrigado. – respondeu
breve e me virei para deixar o pedido na cozinha. Eu não sei o que deu, mas ele
me parecia tão triste. É, isso é estranho, mas tenho que dizer que não sou
completamente insensível. Por estranhos, por meus amigos e por animais eu sinto
alguma coisa. E isso é completamente alucinante. Pedi a Rose que fizesse um
bolinho com recheio de amoras para que eu levasse também.
- Senhor, aqui está seu
cappuccino.
- Obrigado. – ele deu um sorriso
fraco, mas o sorriso dele não deixava de ser lindo.
- Aceita um bolinho de amoras?
Por conta da casa.
- Bolinho de amoras? Claro!
Obrigado novamente. – ele olhou em
volta. – Só eu recebi?
- Cliente de número dois milhões!
– menti sorrindo.
- Olha... Eu acabei de sair de um
relacionamento então, por favor... – ele baixou a cabeça suspirando e o
interrompi.
- Espere... O que? - perguntei e
comecei a rir. – Não senhor! Desculpe se dei a impressão errada, é só um
bolinho de amoras por conta da casa. – falei frisando a palavra só.
- Atá... Olhe me desculpe. –
falou com as bochechas vermelhas.
- Tudo bem senhor. – respondi e
sai para atender outros clientes. Algum tempo depois estava passando em frente
a do mesmo garoto, porque senhor eu só utilizo por conta do trabalho, mas ele
parecia ter minha idade, e ele me chamou. – Sim?
- A conta por favor.
- Dois dólares. – respondi e ele
me entregou uma nota de dez, ia entregar-lhe o troco, mas fui impedida.
- Gorjeta. – sorriu.
- Mas são dez dólares, senhor!
- Sim, eu sei. E quero que fique.
- Obrigada. – sorri agradecida. –
Senhor...- Chamei sua atenção.
- Sim?
- Tem amora no canto da sua boca.
- Aqui? – ele limpou o lado
errado.
- Não, o outro. – expliquei e ele
passou o guardanapo.
- Saiu?
- Sim, senhor.
- Obrigado.
- Por nada...
- Se você disser senhor outra vez
e grito. – me interrompeu
- Desculpe-me sen... Desculpe. –
ri levemente.
- Melhor assim. – sorriu
novamente.
- Obrigada pela visita e volte
sempre.
- Eu vou voltar. – falou fazendo
pose, como em O Exterminador do Futuro e eu ri. Na porta ele acenou e saiu.
Isso foi engraçado, foi quase
como se eu não fosse eu. Mas foi só um momento. Vamos voltar ao trabalho.
...Continua...
fic by: Mariana Silva ( @truebrazilieber)
Yaaaaaaaaaaaaaaay babes!
Como tão as tres leitoras que sobraram?Eai joaquina,creuza,jordanete,como tão vocês mlr?
dmeinfushd Enfim
Fic da mariana o/\o li gostei e publiquei porque posso,o negocio do concurso só a dani e a Jaii mandaram,então eu vou postar a da Jaii que tá otima e depois quem sabe eu poste a da dani por ser muito capitulos.
Enfim,eu sei que nao vai ter 12 comentarios aqui,porque eu vazei por muito tempo,mas tomara que tenha uns cinco né?
Quando de eu posto o segundo,so far and so close tá linda e sexy lá no anime leiam lá!
Cara,olha o que eu achei,tava mexendo aqui nas minhas coisas e o que eu acho?
O rabisco do primeiro capitulo de boyfriend:
minha letra melhorou viu gnt?Tá essa decepção ai nao,tá melhor mt melhor,cara isso faz tanto tempo,sabe essa folha feia?Então é porque eu fiz isso na escola e eu pedi a folha pra uma amg,ai quando eu cheguei em casa eu passei pro pc e comecei a escrever e tals e ficou muitos capitulos prontos antes que eu pudesse dizer ai.
Eu adorava o tempo de boyfriend,era muito legal,vocês interagiam mais sla,era bom porque era o começo,o começo sempre é bom,adora ir no tt e ter sempre alguem falando,amor o capitulo tava otimo,meu deus a andy é doida ou eu vou matar o justin como ele faz isso?
Era muito legal,foi nesse tempo que eu virei amiga de muita leitora pelo tt,tipo mariana,dona dessa fic que eu to postando,conheci ela nos comentarios de boyfriend ou foi never let you go se eu nao me engano e tipo a gnt conversava pelos comentarios,os comentarios dela eram uns textos enormes e agr ela é minha melhor amiga virtual,leticia também conheci pelos comentarios e depois começamos a conversar pelo tt sobre a fic ou o blog,jaii virei amiga dela por ela falar comigo no tt.
ENFIM,nada dura pra sempre,vou assistir pll e bates que é melhor,bjaum.
swagmamaciita
Oiii, eu ainda to aqui viu.. Kkkkkk Amo seu blog, e acho que essa imagine promete!! Ja me apaixonei no 1° capítulo.. Muito perfeitaa. <3 Continua logo.. Bjssss Milena. <3 *Segue lá: @Mikaahviana ou @Mikaahkidrauhl
ResponderExcluirmdsssssssss , continua continua pfv pfv
ResponderExcluirto aqui u.u amei amei continua to no anime tmb bjs e ta maravilha isso bjs
ResponderExcluirContinua rápidoo!!!q!!
ResponderExcluirTá perfect!!!!
Amei <3
ResponderExcluirTA PERFEITOOO *-*
CONTINUAAA
BJ
Vick
porra eu adorei a nova IB
ResponderExcluircontinua logo pf
Meu deus, continua isso pelo amor de deus! Eu amei é perfeita, sem mais..
ResponderExcluircontinua logoo.. Beijoos
@biebermyprince0
HEEEEEEEEEEY
ResponderExcluirMllr, sério, eu amei !
Já to intéempolgada aqui... em fim !
Obg mlr, fico feliz que gostou daquele treco que eu escrevi rsrs'
Dá parabéns a Mari, viu ? Diz que ele foi ótima !
Em fim² 'kkkk... Continuaaa *u*
Psé né, velhos tempos...
Era bem cool antes, boa parte de umas palavras que eu aprendi em inglês, foi na sua fic, pq tu misturava inglês com português e já que eu não sabia eu ia lá no google tradutor, kkk'
Então... Era bem legal mesmo, meus coments doidos e preguiçosos (do mesmo jeito que continua sendo), e agente conversava bastante no tt (ainda conversa qd dá).
Mas entãão² vou indo aqui...
POSTE FORCED MARRIAGE E INDIQUE MINHA FIC u.u pq eu posso !
XOXO / Jaii
Vei que mãe desgraçada de ruim é essa Meu Deus ? Vei amor tua IB é demais puta queu pario é muito boa mesmo. Amei cara. Pelo amor de Meu Deus anjo, continua logo, Bjs
ResponderExcluirpqp ja to vendo que esta fic vai ser foda.Esperando ansiosa o proximo Cap. Ve se não demora Man u.u Enquanto isso acho que vou fazer um bolinho de Amora,deu vontade hehe beijus By @JhullyAbreu
ResponderExcluirAmei!!!essa Fic promete hein!?! Já to até vendo! Esperando ansiosamente o próximo capítulo, Bjs!
ResponderExcluirIsso e um sonho, vc voltou msm?
ResponderExcluirSe for um sonho nao me acorde haha :) amore que perfeito serio msm, estou ansiosa para o proximo. Espero que poste logo e que outras pessoas comentem, e quem nao comentar essa perfeiçao e pq e tudo futricadas haha.
Cara eu so sua fã numero 1 acompanho tds suas fics, em falar nisso cade forced marriage? To triste haha bjs.
Que lindooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo :3333 CONTINUA! Jeen_Pqp
ResponderExcluirEu achei o seu imagine por a caso e agora estou apaixonada , quero mais historias
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